As minhas mãos seguiram a
ondulação do meu braço e subiram. Subiram até alcançar as nuvens; até alcançar
o céu. O meu peito desenha círculos que mais parecem espirais repletas de cor.
O meu ventre revela as ondas do mar, bem calmas, na superfície. Oh, como é bela
a melodia que ouço! Como é bela!
Infinitos movimentos nascem das
minhas ancas, desvendando galáxias que existem no Universo. Que encanto
sublime! Profundas nebulosas circulam à minha volta. Meteoros, planetas… Uma
explosão de vida, de conhecimento e de existência! Sabedoria infinita percorre
as minhas veias nesta troca de experiências e saberes.
A música que canta o Universo ressoa
a plenitude que existe em mim. Cada movimento, cada ínfimo movimento revela as
pétalas de rosas que existem no meu Ser. Cada movimento, cada ínfimo movimento
demonstra a sintonia de cada raio de Sol com a luz e com a sombra que vivem em
mim.
Giro e giro sem parar, embalada
pelas profundas ondas dos oceanos. Maresias de encantos percorrem cada batida
que faço, cada deslocação. A terra que piso vibra em cada olhar, em cada parte
de mim.
Vês como danço? Vês como sou
feliz?
(Foto de Hélder Bernardo)