domingo, 12 de novembro de 2017

Das Cinzas Renasce a Fénix

Chovem cinzas no ar.
Cinzas que trazem retalhos de pele velha que já não faz parte de mim.
Olho para cada pedaço e reconheço cada rosto,
Cada palavra que me feriu e cada medo que deixou.

Ajoelho-me por momentos.
Junto as palmas das mãos e apanho as cinzas caídas ao meu redor.
Quanta raiva e dor estão lá espelhadas?
Quantas lágrimas caíram sob aquela pele que já não me serve?
Quanto sangue derramado?

Aproximo as mãos dos meus lábios
E sopro. Não com a raiva que já senti,
Mas sim com a suavidade que traz o perdão.
Solto as mãos.
Qualquer vestígio de fuligem que ainda existia,
Cai das mãos e da minha alma!




quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Caminhos

Vês esta espiral de pedras que me esconde a visão e me envolve num pantanal de emoções?
Não são mais do que pedras.
Elas não criam barreiras para onde eu me vire; elas embelezam o caminho que percorro.

Vês os meus pés descalços a pisarem a terra?
Eles não sentem frio.
Apenas o alimento que nutre o meu corpo.

Vês a chuva que cai das nuvens em dias de temporal?
Ela não me molha, apenas me purifica a mente
E varre as teias que envolvem o meu coração.

Vês o vento que sopra lá fora?
Ele não me assusta.
Apenas trás-me memórias de mim!

Vês as vozes que parecem querer me pisar?
Não luto contra elas.
Abraço-as. Abraço-as com o maior amor que consigo sentir e partilhar!