sábado, 29 de abril de 2017

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Fluir

Fluir quando o hábito de depender do medo aperta e não conseguimos respirar.
Fluir quando não mudar traz um conforto para o ego.
Fluir quando não sabes qual o caminho a seguir.
Fluir. Só fluir.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Ver o Mundo com Outro Olhar

Como seria a vida se a olhasses através de uma concha? Uma concha pequena - bem pequena -, com um suave contorno cor de café e um pequeno furo no centro? Tu pegarias nessa concha e, espreitando pelo furo, verias o mundo!

Será que os problemas que estás a vivenciar neste momento seriam tão grandes? Será que encontrarias a sua solução - como se espreitasses os segredos do Universo, através de uma lupa vinda do fundo do mar? Ou será que os teus olhos alcancariam os pormenores? Como aquela nuvem que - sem perceberes como - refletia as cores do arco-íris... Ou como aquela borboleta vermelha que voava em círculos à tua frente, pousando no chão, no exato momento em que paraste para a observar...

Talvez conseguisses ver as cores dos lindos pardais, quando eles abrem as suas asas e partem num voo delicado... Ou talvez visses os tons alaranjados que pintam o céu quando o Sol se retira para longe... E a chuva? Talvez cada pingo de água que cai das nuvens te parecesse uma jóia caída do céu. 

Sorrio, ao pensar. Sorrio porque cada uma destas lembranças viajam em mim, percorrendo cada fio do meu cabelo... cada passo que dou... cada olhar meu!


(Foto: Filipe Raimundo)



sexta-feira, 14 de abril de 2017

RAW II

E há dias que trazem lembranças de dor, que te fazem sentir o Mundo definhar. Junto com o Mundo está uma parte de ti. Ramos que saem dos teus cabelos, queimados e sem vida. Ervas daninhas envolvem o teu peito tocando, ao de leve, no teu coração. Figuras sem forma povoam a tua mente. Criando sombras e espirais no abismo.
Mesmo sem saberes navegar, entras no barco. Entras no barco e deixas-te levar pela maré. Trovões soam no céu. Sentes medo! Percebes que pode não haver amanhã, da mesma maneira singela que percebes que isso não importa. E navegas. Navegas até a maré acalmar. Não fazes nada. Apenas ficas no barco durante o processo. E observas. Observas a magnificência do céu e a força do mar que te rodeia.

E chegas ao teu destino. Não o destino que planeaste para ti; mas sim ao destino que as ondas e a tempestade te fizeram chegar. Talvez não seja o que gostarias que fosse. Mas sabes que onde estavas já não poderias continuar. Deixas cair as lágrimas que ainda se formam no teu rosto. Sais do barco e caminhas em frente. Com passos pequenos, mas seguros! Seguros e cheios de esperança. Não esperança no amanhã. Não. Mas sim esperança no hoje!

sábado, 8 de abril de 2017

"RAW"

Estar vivo... Viver... Que montanha-russa de experiências, sentimentos, sensações... Esta vida tem-me proporcionado tanta aprendizagem! É impressionante (e um pouco assustador, até)! Contudo, é absolutamente fantástico e arrebatador! 
Tenho aprendido a ver o que escondem olhares sombrios ou sorrisos enganadores. Tenho confiado - por vezes muito; noutras pouco. Tenho amado, Tenho escutado palavras e vontades dúbias... sentimentos que não são o que mostram ser. Camadas. Tantas camadas já escavei, até descobrir a verdade. Mudanças. Mudanças mais rápidas que um trovão, numa noite de severa tempestade!

O meu corpo carrega cicatrizes. A minha Alma também. Cicatrizes que contam histórias. Várias. Histórias cruas e cheias de verdade. Histórias bonitas e outras cheias de dor. Em cada passo que dou, aprendo a libertar aquilo que já não necessito; aprendo a não abraçar o que dói. Olho cada ferida, cada mágoa, cada medo e rancor. Vejo-os. Escuto-os. Sei que eles existem. Não os escondo. Mas não me agarro a eles. Não quero! Não preciso!

Sabes, tenho aprendido a não ser escrava das pedras em que tropeço no meu caminho. Tenho libertado bagagem que fui acumulando, ao longo dos anos. Não preciso de tanto para viver. Ninguém precisa! Tenho aprendido a respeitar e a aceitar o meu tempo. Tenho aprendido a escutar-me. A escutar a minha intuição. Tenho percebido a importância do não. É tão difícil dizer não! Mas sabes, já foi mais... 

Tenho descoberto que é tão mais saboroso perder-me nos trilhos do caminho, do que seguir sempre a direito. Tantas descobertas acontecem nesses trilhos! Descobertas sobre mim. Tenho descoberto que a vida é menos densa, se eu cuidar de mim. E que bem que sabe cuidar de mim! Todos os dias! Que bem que sabe perdoar-me e abraçar quem eu sou. 

Perguntas-me se eu esqueci o meu passado? Não, não me esqueci. Cada peça do puzzle trouxe-me até aqui, hoje. E agradeço por isso! Se preciso de o levar comigo? Não. As aprendizagens foram assimiladas. Transformaram-se em algo novo. O resto? O resto liberto e entrego ao Universo, para que ele transforme e renove essa energia em amor.

Se me tornei numa pessoa fria? Houve momentos, ao longo destes anos, em que tive medo de me tornar num Ser amargo e sombrio. Sombra existe em mim - tal como existe em ti e em cada um de nós -; mas percebi que a sombra é minha aliada. Deixei de ter medo da presença dela na minha vida. Quanto ao receio de me tornar numa pessoa amarga? Como pode isso acontecer se são sorrisos que correm no meu sangue? Se partilho e me entrego em tudo o que faço? Se sou eu? Sem máscaras; só amor!

terça-feira, 4 de abril de 2017

A Dança e os Bloqueios




Tu és, tal como eu, alguém que gosta de dançar? A dança preenche a tua vida como se fosse oxigénio para a Alma? Ou é um raio de Sol que entra pela janela num dia em que ligas a música e danças livremente, para aliviar o stress? Ambas as opções são válidas e possuem uma riqueza especial. Porém, vamos olhar para a dança de uma maneira diferente: vamos perceber o que é que os movimentos mais difíceis para nós nos podem mostrar algo sobre o que estamos a sentir e que medos temos vindo a acumular.
Quando o teu corpo flui através da música, que dificuldades encontras nos movimentos de dança? Movimentos com o peito, giros, movimentos de anca? Tal como as doenças manifestam algo emocional e/ou espiritual que deve ser perdoado e curado, o mesmo acontece com a dança. A observação tem sido uma grande aliada e “mestra” na experiência que tenho vindo a adquirir – e que muito agradeço e honro! - até hoje, como bailarina e professora de Dança Oriental.
Se moves o teu peito e sentes desconforto ou pouca flexibilidade, provavelmente és uma pessoa introvertida, tímida e com dificuldade em confiar e amar. Ou, então, o inverso: sentes dificuldade em permitir que te amem. Também pode revelar que carregas algumas mágoas que ainda não foram devidamente limpas e perdoadas.
Se os movimentos que sentes mais “presos” são os que saem das ancas e da zona pélvica, talvez tenhas algum bloqueio/medo relativamente à tua energia sexual. Pode ser algo consciente ou não. Sabes que carregamos, medos no nosso útero e vagina. Por vezes memórias de outras vidas ou de outras gerações. Mas não faz mal! Ter consciência é o primeiro passo para o perdão e para a cura!
Caso a tua dificuldade seja em manter o equilíbrio enquanto giras, pode indicar que és uma pessoa insegura ou que estás com algum medo ou preocupada com alguma situação. Foca-te na zona do teu umbigo. O teu centro de equilíbrio. Contrai a musculatura abdominal e os glúteos. Vai ajudar!
Seja qual for a dificuldade com que te depares quando danças, vê-a como uma aliada para te libertares de algo que já não precisas! A partir do momento em que te tornas consciente do que “não está bem”, tens tudo o que necessitas para te curar e amar. Confia!

Muitas danças, Liliana!




Foto: Lúcia Rodrigues - Mercado Medieval de Óbidos 2016 ☼