sábado, 20 de agosto de 2016

Reflexões de Uma Mulher que Dança

Sou uma Mulher que vive no século XXI. O que isso significa? Que, por ter acesso à tecnologia sou mais independente? Que, por ter acesso a estudos sou mais inteligente? Que, por “ser livre sou livre”?
Vivemos numa sociedade industrializada e (quase) totalmente comercializada. Tenho que me sentir feliz por isso? Por ter roupa para vestir? Roupa que, muitas vezes, é feita por crianças e à custa de trabalho escravo? Por ter comida para comer? Comida que é constantemente “vaporizada” com químicos? Por ver animais – que já fizeram parte da minha alimentação, mas já não fazem mais – serem tratados como se fossem meros objetos para o vil prazer humano?
Fatema Merssini questionou – e muito bem! – no seu livro “O Harém e o Ocidente”, o facto de nós, Mulheres ocidentais, nos considerarmos livres. Livres, por podemos usar a roupa que queremos; livres por podermos casar com quem queremos; livres até para decidir se queremos casar ou não! Quando Mulheres muçulmanas têm que se cobrir com o hijab.
Se analisarmos bem, hoje em dia, a televisão, o cinema e todo o tipo de comunicação social transmitem a imagem de mulheres “perfeitas”. Mulheres que não devem ultrapassar determinadas medidas consideradas como “arquétipo de beleza”. Porquê essa necessidade de pressionar as mulheres a terem o dito “corpo perfeito”? Afinal somos mesmo livres?
Aprende a conhecer-te, a conhecer-te realmente. Sem máscaras; sem pressões da sociedade. Aprende a olhar em volta e a descobrir o que faz sentido para ti, lá no fundo. Não permitas que os outros te coloquem limites. Não aceites como certo tudo o que te dizem. Questiona e volta a questionar, caso seja preciso.

Tal como escreveu, em tempos, o heterónimo de Pessoa, Ricardo Reis “Para ser grande Sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. (…)”. E vive! 

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