sexta-feira, 31 de março de 2017

Sombra e Luz

Com o amanhecer surge a vontade de fazer algo; de criar; de fazer nascer! É como se o dia destapasse cada traço sombrio que habita em nós. E surge a luz! Cada fio luminoso que temos é – finalmente! – revelado. No reflexo da luz, consegues ver a escuridão que existe em ti sob a forma de um corpo disforme, frio e vazio. Consegues vê-la com os olhos da Alma. Percebes que há beleza nessa sombra e tanto que ela conta sobre ti!
Ela dança ao teu redor e sussurra palavras aos teus ouvidos. Palavras sobre o passado, enganos, enredos e mais enredos! Ela toca na tua pele, para que sintas a sua própria dor! Ela mostra-te as correntes que carregas nos pés. Correntes pesadas e cobertas de ferrugem. Ela envolve-te num abraço onde te sentes desvanecer.
Nessa altura, em que a tua Alma se está a fundir na sombra, sentes o dia nascer! E, com o amanhecer, surge essa vontade de criar e de renascer. O teu olhar fixa-se na luz. Ela chega de espada em punho, pronta a resgatar-te das profundezas lamacentas em que te encontras. Com um sopro voraz, a luz afasta a última camada nublosa que existe no teu coração.
Os teus olhos agora conseguem ver! Os teus lábios conseguem sorrir! Duas partes tão únicas e distintas a habitar dentro do teu peito. Em harmonia. Ambas fazem parte de ti. Ambas refletem quem tu és! 

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