sábado, 7 de outubro de 2017

Muros de Medo

Nem sempre te saem palavras para descrever o que sentes.
Nem sempre encontras movimentos onde consigues caminhar livremente.
Cordas amarram-te os braços. Correntes prendem-te os pés.
E caminhas assim, durante bastante tempo.
Dias, semanas, meses e anos passam e tu caminhas.
Mas caminhas cansada; cansada pelas correntes que levas e cuja chave não sabes qual é.
Vês a limitação dos teus movimentos.
Sentes dificuldade na tua expressão.
Percebes que existe uma barreira, mas não a consegues decifrar!

Ervas crescem neste lugar.
Ervas com espinhos.
Ervas que criam um muro quase intransponível de verdade e de dor.
É preciso tocar nelas.
É preciso tocar nelas e deixar os espinhos rasgarem a pele.
Destapa o rosto. Deixa cair as máscaras que ainda existem em ti.
Deixa que o mar te limpe o rosto e te seque as lágrimas que nele habitam.
Deixa que a areia se entranhe nas tuas raízes e te mostre a liberdade que existe dentro de ti.

Acredita! Confia!
Só tu tens a chave para te libertares dessas correntes;
Só tu podes desamarrar essas cordas que te prendem;
Só tu podes te reencontrar no meio desse perder!



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