E há dias que trazem lembranças de dor, que te fazem sentir o Mundo definhar. Junto com o Mundo está uma parte de ti. Ramos que saem dos teus cabelos, queimados e sem vida. Ervas daninhas envolvem o teu peito tocando, ao de leve, no teu coração. Figuras sem forma povoam a tua mente. Criando sombras e espirais no abismo.
Mesmo sem saberes navegar, entras no barco. Entras no barco e deixas-te levar pela maré. Trovões soam no céu. Sentes medo! Percebes que pode não haver amanhã, da mesma maneira singela que percebes que isso não importa. E navegas. Navegas até a maré acalmar. Não fazes nada. Apenas ficas no barco durante o processo. E observas. Observas a magnificência do céu e a força do mar que te rodeia.
E chegas ao teu destino. Não o destino que planeaste para ti; mas sim ao destino que as ondas e a tempestade te fizeram chegar. Talvez não seja o que gostarias que fosse. Mas sabes que onde estavas já não poderias continuar. Deixas cair as lágrimas que ainda se formam no teu rosto. Sais do barco e caminhas em frente. Com passos pequenos, mas seguros! Seguros e cheios de esperança. Não esperança no amanhã. Não. Mas sim esperança no hoje!
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